Mortificação: Uma Virtude Essencial para a Perseverança na Oração 373v1d
por
Departamento de Comunicação
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19 de dezembro de 2024
y1c1h
“A mortificação, como as outras virtudes, só se adquire por meio de atos repetidos” (São Vicente de Paulo)
Dando sequência às publicações sobre virtudes vicentinas, hoje falamos a respeito da virtude da Mortificação. Embora seja a menos popular entre as cinco virtudes, ela é de extrema importância para a caminhada espiritual e prática dos vicentinos.
Para São Vicente de Paulo, a mortificação é um exercício de renúncia. Ela convida a abrir a mão não apenas dos prazeres ligados aos sentidos externos, mas também a evitar os excessos dos sentidos internos, como uma curiosidade desmedida e a vaidade. Trata-se de aprender a controlar as paixões e emoções, submetendo-as à razão e ao discernimento. Nesse processo, somos chamados a substituir sentimentos negativos, como ódio e desespero, por virtudes opostas, como amor e esperança.
Em resumo, a mortificação é um caminho para o desapego das coisas materiais, das pessoas e até mesmo de cargas e funções. Ela liberta e fortalece na oração, ajudando a expiar os pecados e crescer em santidade.
A Mortificação e a Cultura Atual 64601d
O mundo atual rejeita amplamente a ideia de mortificar os sentidos, muitas vezes associando-a a algo negativo ou retrógrado. No entanto, para os vicentinos, a mortificação é profundamente funcional. Ela ajuda a eliminar aquilo que atrapalha e prepara para agir com mais liberdade, segurança e disponibilidade.
Hoje, é possível entender a mortificação como uma forma de disciplina. Ela convida a “morrer” para atitudes e comportamentos que afastam da missão, como a vaidade, o rancor, o orgulho, a preguiça, a autossuficiência, o egoísmo e o consumismo. Essa prática nos conduz a uma vida mais equilibrada, marcada pela sobriedade e pelo espírito de renúncia, conforme o exemplo de Cristo: abandonar algo menor para alcançar algo infinitamente maior.
Mortificação no Cotidiano Vicentino 2q633d
A mortificação também se manifesta na preparação e condução de nossas atividades. Por exemplo:
Paciência nos grupos: aceitar diferenças no ritmo de participação, especialmente dos mais simples.
Perseverança no trabalho: persistir no esforço, garantindo a continuidade e os bons frutos.
Assim, a mortificação não é um peso, mas uma fonte de liberdade. É a certeza de que temos ideias das emoções e sentidos, e que não temos controle de nossas ações. Como São Vicente ensina, ela nos torna aptos a servir com mais amor, dedicação e entrega.